Publicado em 30/03/2023
Investigadores da Universidade de Tampere tem estudado a possível ligação entre infeções bacterianas e doenças cardiovasculares, tendo já sido documentada a relação entre a má saúde oral e certos tipos de doenças cardiovasculares, nomeadamente AVC's .O artigo que documenta estas descobertas, "Oral Bacterial Signatures in Cerebral Thrombi of Patients With Acute Ischemic Stroke Treated With Thrombectomy"no Journal of the American Heart Association, foca a associação entre bactérias orais associadas a má higiene oral e AVC isquêmico.
Quando as boas bactérias orais se tornam más Estima-se que existam entre 500 e 700 tipos de bactérias na boca humana. As espécies de Streptococcus são comuns nas cavidades orais de pessoas saudáveis e pessoas que têm periodontite. Após trauma ou procedimentos estomatológicos como uma extração dentária, as bactérias orais podem entrar na corrente sanguínea e permanecer lá por algumas horas, mas normalmente não causam problemas para indivíduos saudáveis. Uma espécie de bactérias Streptococcus - os Streptococcus viridans - pode entrar para a corrente sanguínea após a extração de um dente. Esse patógeno é também a causa mais comum de endocardite cardíaca. Os investigadores deste estudo descobriram que a bactéria ficou presa nas placas ateroscleróticas no curto período de tempo em que as bactérias permaneceram na corrente sanguínea dos pacientes estudados. Como resultado do aprisionamento das bactérias nas placas ateroscleróticas, estas tornaram-se frágeis, causando sua ruptura. As placas soltas tornam-se coágulos sanguíneos livres, que viajaram pela corrente sanguínea provocando um bloqueio num vaso sanguíneo no cérebro desencadeando AVC's nos pacientes.
O estudo finlandês sobre AVC é significativo por duas razões:
Os investigadores afirmam que existem várias maneiras possíveis pelas quais os estreptococos viridans podem entrar em placas ateroscleróticas antes de se romperem:
Outros fatores de risco, como colesterol alto, pressão arterial alta, tabagismo, idade avançada e diabetes - entre outros - podem aumentar a probabilidade de um AVC. Uma pessoa que tenha esses fatores de risco deve ser monitorizada e tratada por profissionais de saúde para ajudar a prevenir AVCs, bem como outras doenças cardiovasculares. Manter uma boa higiene oral é mais uma medida preventiva que pode afastar diversos problemas de saúde, como os profissionais de saúde oral recomendam. Mas, no caso deste estudo, a conclusão é que o cuidados dentarios regulares deve ser uma consideração fulcral na prevenção de AVCs isquémicos.
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